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quinta-feira, 1 de outubro de 2009

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Poema retirado do BLOG de Ricardo Soares
autor do mesmo

A TERNURA EMBUTIDA

Minha ternura é assim oblíqua, inexata
Muitas vezes metafórica

É uma ternura de tintura
Mal pintada nas paredes da memória

Minha ternura tem história
Tem olhos de manteiga
Barriga de palhaço

Minha ternura é um desenho inexato
Do tempo que eu furava o dedo com o compasso

Minha ternura mais que química é física
Matematicamente distribuída em hora errada

Minha ternura se perdeu num desvão da escada
Massacrada pela tirania da palavra
Minha ternura ficou escrava de um momento
Para existir é necessário provocar um acontecimento
Dentro de mim mesmo

Minha ternura é envergonhada
Difícil de ser laçada
Uma ternura complicada
Que para existir é preciso ser provocada

Mas por vezes minha ternura é aluvião
Chuva de verão, ronco de trovão
Vem do silêncio da alma
Ou do tropel do coração

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